Fale conosco pelo WhatsApp

Câncer de ovário

Ficando atrás apenas do câncer que acomete o colo do útero, o câncer de ovário é apontado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) como segunda neoplasia ginecológica mais comum no país. Ainda de acordo com a entidade, cerca de 6650 novos casos devem ser diagnosticados no ano de 2020, o que acende um alerta a respeito dos fatores de risco e adoção de métodos preventivos.

Mulher com camiseta cinza e calça preta em fundo cinza
Imagem: Shutterstock

O câncer de ovário é silencioso, demorando para apresentar sintomas. Como consequência disso, a maioria dos casos é diagnosticada apenas quando os tumores já cresceram bastante e a doença já está em estágio avançado. Estima-se que 95% das neoplasias ovarianas sejam derivadas de células epiteliais (que revestem o ovário), enquanto o restante está associado a células germinativas e estromais.

É importante destacar que, em geral, os cistos ovarianos não têm relação com o câncer de ovário. Eles são pequenas bolsas de líquido que nem sempre causam sintomas e normalmente fazem parte do processo de ovulação. Nos casos em que estes cistos crescem ou apresentem características suspeitas nos exames, uma avaliação do especialista é sempre necessária.

Câncer de ovário e hereditariedade

Estima-se que cerca de 15% dos casos de câncer de ovário possuam um componente genético e estejam relacionados com a síndrome familial de mama e ovário. Mutações em genes como o BRCA1 e BRCA2 elevam consideravelmente os riscos para desenvolver este tipo de tumor maligno, assim como fatores hereditários como Síndrome de Lynch e mutações nos genes BRIP1, RAD51C e RAD51D.

A realização do teste genético é essencial para todas as pessoas que apresentam algum fator de risco para câncer hereditário. Todas as mulheres com diagnóstico de câncer de ovário devem ser encaminhadas para avaliação Oncogenética. Caso seja identificada uma mutação que aponte predisposição hereditária ao câncer, medidas de prevenção e rastreamento de tumores serão implementadas.

A identificação de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 também é importante para direcionar a terapia oncológica mais adequada para o tratamento do câncer de ovário, uma vez que há medicamentos que atuam especificamente em tumores com estas mutações. Familiares de pacientes oncológicos com mutações identificadas também podem se beneficiar de medidas preventivas proporcionadas pela Oncogenética.

Outros fatores de risco

Embora bastante significativo, as mutações genéticas são apenas um dos fatores de risco associados ao desenvolvimento de câncer de ovário. Em geral, a incidência de carcinomas epiteliais de ovário aumenta conforme o aumento da idade da mulher, e aproximadamente metade das pacientes diagnosticadas tem mais de 60 anos. Além disso, mulheres que tiveram filhos normalmente têm menor risco de desenvolver a doença.

Outros fatores que podem ser apontados como favoráveis ao desenvolvimento de tumores malignos no ovário são:

  • Excesso de peso corporal;
  • Primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos);
  • Idade tardia na menopausa (após os 52 anos);
  • Infertilidade.

Sintomas e diagnóstico

Conforme citado, o câncer de ovário não apresenta sintomas específicos quando está em seus estágios iniciais, sendo que muitos dos sinais manifestados podem ser confundidos com um mal-estar comum. Embora possam variar entre uma paciente e outra e se intensificar conforme o tumor cresce, os sintomas mais frequentes são:

  • Desconforto abdominal, como gases, cólicas e inchaço;
  • Aumento do volume abdominal;
  • Alterações intestinais, como náusea, prisão de ventre ou diarreia;
  • Perda ou ganho de peso inexplicável;
  • Perda de apetite;
  • Cansaço incomum;
  • Sangramento vaginal anormal ou alterações significativas na menstruação;
  • Dor nas costas;
  • Dor durante o ato sexual.

É importante lembrar que a existência desses sintomas não significa necessariamente que há um tumor no ovário, uma vez que eles podem estar associados a diversas outras enfermidades mais simples. Ao identificar essas manifestações, porém, o recomendado é procurar um médico para investigação dos desconfortos.

Prevenção e detecção precoce

As mulheres devem estar especialmente atentas aos fatores de risco, evitando o sobrepeso e consultando-se regularmente com um médico. A detecção precoce só é possível em uma parcela dos casos, uma vez que o ovário é um órgão difícil de rastrear, e os sinais e sintomas costumam se manifestar apenas em fases mais avançadas da doença.

No caso de indivíduos que apresentam sinais e sintomas sugestivos para este tipo de câncer, a detecção da doença pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Mulheres que fazem parte dos grupos com maior chance de ter a doença ou apresentam histórico familiar de câncer de ovário, colorretal e de mama, por sua vez, devem fazer o rastreamento por meio dos exames genéticos.

O exame de sangue para medir os níveis de CA-125 também pode ajudar no diagnóstico, uma vez que este é um marcador tumoral que pode estar aumentado no câncer de ovário. Porém, ele não é específico para este tipo de tumor maligno, e pode apresentar alterações por outros motivos. Isso significa que apenas o exame de sangue não é suficiente para diagnosticar a doença, sendo mais utilizado para ver se os tratamentos estão funcionando.

O aconselhamento genético é outro recurso essencial para proporcionar meios para o diagnóstico precoce da doença, sendo indicado para mulheres com diversos casos de câncer na família ou que possuem fatores de risco significativos. Caso a avaliação do oncogeneticista e os testes solicitados realmente apontem para uma predisposição genética, o especialista irá orientar a paciente sobre as ações preventivas.

Tratamento

Mulheres diagnosticadas com câncer de ovário podem ser submetidas a diferentes abordagens terapêuticas, que dependem do tipo histológico do tumor, do estágio em que a doença se encontra, das condições clínicas da paciente e de sua idade. Em geral, um passo muito importante é a cirurgia para a remoção do tumor.

Uma vez que o câncer de ovário se manifesta tardiamente e apresenta um diagnóstico tão desafiador, muitas vezes o tratamento é iniciado com a doença já avançada e com possível comprometimento de outros órgãos. O objetivo da cirurgia é sempre retirar todas as células tumorais visíveis.

Além da cirurgia, a maioria dos casos demanda tratamento quimioterápico com administração de diferentes medicamentos. Para saber mais sobre a prevenção do câncer de ovário e entender se uma avaliação oncogenética é indicada para você e seus familiares, entre em contato e agende uma consulta com a Dra. Elizabeth Santana.

Fontes:

Instituto Nacional de Câncer — Inca;

Instituto Oncoguia;

A.C. Camargo Cancer Center;

Instituto Lado a Lado pela Vida.